Um incidente deste porte possui várias facetas: da perda cultural e material à tragédia humana, que não ocorreu apenas por uma questão circunstancial, fica acima de tudo a certeza de que todo o ocorrido poderia ser evitado através de cuidados básicos com um patrimônio tão valioso, não fosse à deliberada incompetência estatal que o país encontra-se há décadas.
Arquitetura, cultura, educação e patrimônio histórico foram incinerados e a busca instantânea pelos “culpados” mostra que ainda não descobrimos a doença, apenas sentimos os sintomas.
Os culpados imediatos para que o Museu Nacional não exista mais, são a Copa do Mundo,
Olimpíadas e todo o investimento estatal em áreas não prioritárias que estes eventos envolveram, e que deveriam representar um legado importante ao país, que também não aconteceu.
Não basta apontar o dedo para o problema, pois somos parte dele: um país e seus valores
são feitos por todos os que habitam nele.
Seria mais fácil culpar nossos governantes, sem nos lembrarmos que NÓS que os escolhemos e que eles são um reflexo do que somos, da nossa sociedade.
Enquanto houver justificativa, não haverá solução… NÓS somos os culpados!
Se não entendermos isso, continuaremos governados pela incompetência e veremos nosso país “queimando” aos poucos, pagando auxílios, penduricalhos e frotas de carros oficiais enquanto nossa história, cultura, saúde, educação e cidades viram cinzas.
Temos que começar a dar valor às coisas certas e exigir que os administradores do país façam o mesmo!
Edison Lopes, presidente da AsBEA